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Evolução

14/03/2011 22:49

 

Evolução


·         Evolução Humana :

  1. Cladograma das relações entre os macacos hominóides e o homem
  2. Árvore genealógica dos hominídeos
  3. Características das espécies de hominídeos
  4. Indústrias
  5. Origem do andar bípede

 

  • Evolução Molecular : LINK
  • Genética de Populações : LINK

 


 

 


Australopithecus anamensis : Viveu no leste da África. Já era bípede, possuía um crânio muito pequeno e o esmalte de seus dentes era grosso, semelhante aos pongídeos atuais (orangotangos, gorilas e chimpanzés);

Australopithecus afarensis : Viveu no leste da África. Era bípede por hábito, pois ele vivia sobre as árvores. Possuía um crânio de cerca de 420cm³. Possuía também caninos grandes (gerando um espaço para abrigá-los entres os dentes de baixo); metade dos dentes eram incisivos e metade eram molares. Os indivíduos dessa espécie tinham baixa estatura, com braços maiores do que as pernas. O famoso fóssil "Lucy" pertence a essa espécie, que tem como característica também um grande dimorfismo sexual;

Australopithecus aethiopicus : Viveu no leste da África. Os indivíduos dessa espécie eram altos, com uma face larga, palato grande, ossos zigomáticos grandes (maçã do rosto), uma grande área molar e caninos e incisivos pequenos;

Australopithecus boisei : Viveu no leste da África. Tinha uma face grande, uma área molar grande, caninos pequenos (menores do que a espécie anterior). O crânio tinha cerca de 510-530cm³, e apresentava uma crista sagital (osso saliente no topo da cabeça, para melhor inserção dos músculos mastigatórios);

Australopithecus robustus : Viveu no sul da África. Tinha a face grande, com molares e pré-molares grandes (embora fossem menores em comparação com o A. aethiopicus e com o A. boisei). Possuía uma mandíbula muito forte e um crânio que apresentava uma crista sagital para aumentar a força dos músculos da mandíbula;

Australopithecus africanus : Viveu no sul da África. Pertence à linhagem "gracile" dos australopitecinos. Possuía incisivos maiores e área molar menor que os da linhagem robusta (A. aethiopicus, A. boisei e A. robustus);

Homo habilis : Viveu no leste da África. Tinha uma área molar bem menor do que a linhagem robusta dos australopitecinos, mas em compensação o crânio era maior, com cerca de 750cm³;

Homo rudolphensis : Há indícios de que essa espécie tenha surgido na África e migrado para a Ásia. Tinha uma capacidade craniana maior do que H. habilis, mas tinha uma dentição robusta (área molar maior do que os incisivos);

Homo erectus : Surgiu na Ásia e migrou para a África. Possuía um crânio baixo, com uma angulosidade no occipital, um torus supraorbital horizontal, uma constrição occipital, e não possuía queixo. Tinha a testa baixa e quilha no topo do crânio (cuja capacidade era cerca de 1000cm³). Tinha a altura dos homens de hoje, ossos espessos, e uma dentição posterior menor do que os australopitecinos;

Homo ergaster : Viveu na África. Possuía um crânio arredondado (capacidade de 1067cm³), angulosidade pequena, torus supraorbital curvo e mais suave. Era maior que o H. erectus;

Homo heidelbergensis : Também chamado de Homo sapiens arcaico. Viveu na África, na Ásia e na Europa. As características dessa espécie variam de acordo com o continente. Na África o H. heidelbergensis tinha um torus supraorbital massivo, um torus occipital menos angulado e crânio baixo, cujos ossos eram finos e cuja capacidade era aproximadamente de 1200cm³. Na Europa o H. heidelbergensis tinha um torus supraorbital e occipital bem pronunciados, o crânio era baixo (com uma base larga), cujos ossos eram grossos, tinha também testa baixa, mandíbula robusta e dentes grandes. Mais tarde houve um aumento da capacidade craniana e uma diminuição no tamanho dos dentes. Na Ásia (China) a capacidade craniana dessa espécie era de cerca de 1120cm³;

Homo neanderthalensis : Viveu somente na Europa e no Oriente Médio. O único sítio fora dessa região é no Usbequistão (Ásia). Possuía um torus supraorbital curvo (mas não interrompido), uma tuberosidade da crista mastoidea (exclusiva), um torus occipital pequeno, com depressão supra-iníaca por cima. O crânio era baixo, contudo ele era enorme (por alongamento e expansão lateral) possuindo uma capacidade de cerca de 1520cm³ (maior que o do homem atual, mostrando que a inteligência não tem relação com o tamanho do crânio). Sua face era projetada para frente em relação ao neurocrânio (prognatismo), e seu nariz era enorme. Não possuía queixo, e os dentes da mandíbula iam para frente para encaixar no maxilar superior (fazendo com haja um espaço retromolar atrás do 3o molar). Os incisivos eram largos, com raiz larga (taurodontismo);

Homo sapiens : Há duas hipóteses de onde essa espécie teria surgido, a hipótese da monogênese africana e a hipótese multirregional. A primeira sugere que H. sapiens teria surgido unicamente na África, depois espalhou-se e substituiu as outras espécies de hominídeos viventes (sem hibridização). A grande maioria (99,9%) dos pesquisadores aceitam esta teoria. A segunda hipótese (praticamente enterrada) sugere que H. sapiens teria surgido em vários lugares ao mesmo tempo, a partir de espécies arcaicas. Mas para esses pesquisadores, todas as espécies após H. erectus seriam subespécies de H. sapiens. Crânio alto e curto (capacidade de 1400 cm³), presença de queixo, ausência de prognatismo e substituição do torus supraorbital pela arcada superciliar são características desta espécie.


Indústria Olduvaiense (lítica): 2,5 milhões a 700 mil anos. Só havia uma única "ferramenta", a lasca. As lascas eram formadas através de um golpe de percussão direta na pedra. Esse núcleo de pedra resultante (isto é, sem as lascas) denomina-se chopper. O chopper era usado só para rachar ossos, enqüanto que as lascas eram usadas para cortar carniça entre outras coisas;

 

 

Indústria Acheulense: 1,4 milhões a 130 mil anos. Intimamente ligada ao H. erectus. Essa indústria só era encontrada da Índia para a África, estando ausente no sudeste asiático. A principal ferramenta era um machado de mão bifacial;

 

 

Indústria Musteriense: 350 a 40 mil anos. Apesar de surgir antes, essa indústria teve seu auge com o H. neanderthalensis. As ferramentas dessa indústria eram as "lascas" decorrentes de um núcleo preparado (pedra desbastada, a partir da qual tirava-se até 5 instrumentos da forma desejada). Com isso foi possível conquistar uma certa independência da proximidade do material, pois aqui o núcleo é carregado junto;

 

 

Indústria lítica do Paleolítico Superior: 45 mil a 10 mil anos. Essa indústria foi formada pelo H. sapiens. Embora ele já fosse anatomicamente "moderno" há 120 mil anos, essa Revolução Cultural (que incluía entre outras coisas, a criação de desenhos, de objetos de arte e de adornos) só aconteceu há 45 mil anos, e o motivo para isso ainda é desconhecido. Nesse tipo de indústria já é possível notar uma maior complexidade. As ferramentas são formadas a partir de ossos e pedras. Dezenas de lâminas (lascas longas) de um só núcleo (prismático). Essas ferramentas podiam ferir, e com elas foi possível a prática da caça de animais de grande porte (até antes não feita pelos outros hominídeos).

 

Vênus de Willendorf

Pintura em caverna (Lascaux, França)


Atualmente existem três modelos propostos para explicar como a bipedia se fixou entre os hominídeos:

1. Liberação das mãos para estratégia de proteção (investimento) paterno: A bipedia existe há 5 milhões de anos entre os ancestrais dos chimpanzés. Assim como estes, os primeiros hominídeos eram arborícolas, e a bipedia deles é denominada habitual. Com a diminuição das florestas na África e com o crescimento das savanas em virtude da dessecação desse continente, a presença da mãe com seu filhote numa área aberta seria muito perigosa, sendo eles presas fáceis para qualquer animal. Por isso, o investimento paterno ajudaria; mas isso só aconteceria numa relação monogãmica, pois o macho não iria investir tanto numa relação (na sua prole) se ele não tivesse certeza que a fêmea não iria copular com outros. E como as fêmeas "convenceriam" os machos a serem monogâmicos? A fêmea humana é a única fêmea que está sempre apta para copular, sua ovulação é silenciosa, a abstinência pós-parto é curta, e ela pode copular durante a gravidez (a fêmea humana pode ser considerada uma "atleta sexual"). Portanto, a bipedia apareceu porque o macho precisava de mãos livres para carregar comida para sua fêmea e seu filhote (segundo os trabalhos de Lovejoy, 1981).

Fisher (1982) achou essa explicação "machista", pois por que a pressão seletiva só havia agido no macho?! Para ela, macho e fêmea iam para a savana buscar comida. Ela também não acreditava em monogamia, mas sim em companheirismo, e acha que a bipedia estreitou o canal de parto, fazendo com que a criança tivesse que nascer mais cedo e portanto mais dependente, e isso trouxe o investimento paterno.

 

2. Eficiência energética: Este modelo sugere que a bipedia seria fixada pela eficiência energética. Foram feitas várias comparações:

·         Taylor & Rowntree (1973) compararam humanos com outros mamíferos, e perceberam que para correr, os quadrúpedes são mais eficientes;

·         Rodman & McHenry (1980) perceberam o erro da pesquisa acima: correr é excecão, e que também não adianta comparar com qualquer mamífero, por isso a comparação foi feita entre homens e chimpanzés. Notou-se que para andar, bípedes são mais eficientes;

·         Steudil (1994) refutou a hipótese acima, dizendo que o chimpanzé atual anda sobre os nós dos dedos. Não há evidências de que o chimpanzé ancestral também fosse desse jeito; era quadrúpede normal (mais eficiente). Os primeiros hominídeos tinham bipedia difernte, que era menos eficiente que a atual. Além disso, esse "problemas energéticos" deveriam deixar a estrutura do A. afarensis homogênea, e não com o dimorfismo sexual encontrado. E a estatura deveria ter aumentado progressivamente (para tornar os membros inferiores maiores) para melhorar a eficiência (mas isso não ocorre de 4,4 a 1,6 milhões de anos);

·         Leonard & Robertson (1997) mostram que todos os trabalhos anteriores estavam errados, pois estes não consideravam o quanto cada um anda por dia (o "home range" ocupado, que é muito maior para os hominídeos por causa das savanas). Então foram realizados testes com humanos e mamíferos quadrúpedes (não-primatas e primatas). Constataram que os humanos economizam energia com a bipedia (6% em relação aos não-primatas e 20% em relação aos primatas).

 

3. Controle de temperatura: Wheeler (1994) observa que os primeiros hominídeos estavam saindo das florestas e indo para locais abertos, e que isso trazia o problema da hipertermia (a temperatura do cérebro não pode subir nem 4°C). Mamíferos (exceto os primatas) têm mecanismos para deixar a temperatura do cérebro diferente da temperatura do corpo. Qual seria então a solução para os hominídeos perderem calor? A solução seria uma pele nua, sem pêlos. Mas aí surge um grande problema: os raios UV. A solução para isso seria a bipedia, pois a superfície irradiada em horário de zênite é menor. Então a cabeça precisaria de cabelo (proteção ao UV), porque é a área mais exposta. E outra vantagem da bipedia seria um maior contato com o vento, promovendo mais um jeito para a perda de calor.

Amaral (1996) ,uma física brasileira, mostrou por cálculos que a perda de pêlos aconteceu dentro da floresta antes da bipedia, que surgiu na savana, ao contrário da teoria de Wheeler.